Desenvolvimento Humano
18 de Fevereiro, 2019
O DILEMA
Comecei o dia conversando com o Inácio, meu grande amigo.
Vida que dói. Será que só em mim? Sei não.
A alegria contagiante das crianças indo para a aula, me faz pensar que não. Quanta felicidade esbanjada nesse momento único que aprecio. Será o efeito do desconhecido? Sim, eles estão apenas iniciando suas jornadas de vida. Para eles, e agora lembrando de mim naquela época, tudo é gostoso e eles saboreiam as brincadeiras, as ordens dos professores, as matérias e se encantam com o novo.
Então, quanto maior o conhecimento e a consciência, mais angústia sentimos? Não era para ser o contrário?
Viria o entendimento, a compreensão, a aceitação para que pudéssemos nos aquietar e nos sentirmos felizes?
Ledo engano Porfírio. A crueza da vida está na realidade confrontada. Nós homens não evoluímos iguais. Essas diferenças nos personificam, bem como causam transtornos de compreensão, levando a confrontos de ideias e até físicos, originando a criminalidade e a maldade. Crassa a maldade e mata-se por prazer.
Pois é Inácio, você tem razão. Melhor, temos razão e não estou nem um pouco preocupado com a modéstia.
Entendo bem que não posso parar de aprender, instigado não só pelas mazelas humanas, na tentativa da descoberta do porquê, mas pelo novo que surge, agora em ondas velozes e gigantescas e que nos afeta.
Minha curiosidade só aumenta Porfírio. Tenho lido bastante sobre o poder dos algoritmos e da inteligência artificial e seus impactos. Num primeiro momento consigo ver progresso para a humanidade em todos os campos do conhecimento, mas tenho plena certeza que, mesmo eu querendo, não beneficiará grande parte da humanidade.
Inácio, comungo de suas ideias como você bem sabe e estamos aprendendo juntos a entender esse mundo. Sinto a mesma tristeza e ilusão seria pensar que todos serão alcançados pelas benesses.
Não obstante, louvo o desenvolvimento. O mundo melhora exponencialmente e não podemos negar. Dessa forma precisamos difundir a necessidade da educação continuada para que a maioria das pessoas, pelo menos, possa tanto acompanhar como contribuir com a evolução e ser contemplada com seus frutos.
Ouço sempre que estamos vivendo um momento ímpar, que ficará para a história e será o ponto focal do interesse dos futuros estudiosos do desenvolvimento humano.
A pergunta que não me cala o pensamento é se esse interesse será pelo desenvolvimento e sua velocidade ou pelo rastro de sangue da ignorância ativa, posta em marcha hoje, através das redes sociais e que está causando tantas sequelas nas relações entre os homens.