Desenvolvimento Humano
10 de julho, 2017
FAZENDAS DE LIKES
Está na mídia e já é vista como uma tendência comportamental.
Sim, uma grande quantidade de smartphones conectados 24 horas por dia, que geram curtidas nas páginas e perfis de empresas e pessoas. É só comprar os Likes…
Especialistas acreditam que as fazendas de likes funcionam, principalmente, na China e na Rússia…
Nessa hora devemos encarar os fatos e analisar o reflexo de tal comportamento na sociedade e especificamente nas redes sociais. O Professor Luiz Rasquilha em sua apresentação das tendências comportamentais, afirma que não se pode fazer uso de juízo de valor, quando se encontra coisas como essa e, ele está mais do que certo em sua afirmação, caso contrário, limitaria a pesquisa, sua abrangência e negaria o fenômeno.
Zygmunt Bauman, sociólogo Polonês, falecido no início de 2017, deve estar se revirando no túmulo; se isso fosse capaz, claro. Mas se estivesse vivo falaria a respeito, com certeza, de forma contundente.
Tal fato vem confirmar o que Bauman critica em seu livro – Modernidade Líquida. “ Segurança sem liberdade é escravidão e Liberdade sem segurança é um completo caos. ” Essa vida fluídica e efêmera nas redes sociais, sem significado algum, vida virtual, segundo ele, acontece não por uma decisão individual, mas por ser uma massificação, que leva as pessoas a se renderem a ter uma vida copiada das celebridades, a consumir mais, mais e mais para existir, perdendo sua essência e tomando a forma de um novo ser.
Esse novo ser não é nem o próprio indivíduo e nem o modelo que está sendo seguido, mas o que a sociedade exige. Aí há uma contradição. Fala-se em liberdade, em ser diferente, que o produto ou serviço “tem a sua cara” e outros que táis, mas acaba-se sendo escravo daquilo que é colocado como nossa “liberdade” de escolha.
Vou utilizar uma citação de Ana Heloisa Bem-Hur de Almeida da UTFPR/Fundação Araucária, que escreveu um artigo sobre A Modernidade Líquida, em 2014, na Ponto Revista Científica.
“…A busca pela emancipação do homem faz com que ele quebre os laços com o meio para obter sua autoafirmação e se diferenciar destes, pois o que os difere é o que importa. Não ser como o outro, mas tomar seu próprio lugar e assim que estiver saturado, tomar outra forma. ”
Isso é uma grande possibilidade que se nos coloca com a inovação tecnológica, ser melhor! Já iniciamos a era do transhumanismo que nos tornará “mais”, por exemplo no aumento da visão, enxergar muito melhor do que podemos fazer hoje, nos tornar mais fortes fisicamente, mais inteligentes, com o poder de processar um maior número de informações, de trocarmos informação com uma máquina, através do download do cérebro, nos tornar mais longevos e até imortais.
Não é comprando likes, que me tornarei um novo ser.