Desenvolvimento Humano
25 de julho, 2017
EMPRESAS E PESSOAS – VIVA A DIFERENÇA
Mas ainda está difícil.
Na revista Exame, edição 1140, de 21/06/2017, temos um artigo tratando muito bem de uma das diferenças, que é o LGBT. De um grupo de 37 empresas signatárias do Fórum de Empresas e Direitos LGBT, apenas 5 empresas são brasileiras.
A provocação aqui é falar da aceitação das pessoas nos ambientes organizacionais, sejam lá quais forem as empresas e as pessoas. Nesse aspecto estamos atrasados. Considerando que já estamos vivendo a era do transumanísmo (movimento que visa transformar a condição humana através do desenvolvimento de tecnologias amplamente disponíveis para aumentar consideravelmente as capacidades intelectuais, físicas e psicológicas humanas).
Sinto que estamos vivendo uma fase de transição, como tantas outras que a humanidade já passou.
A grande diferença é a velocidade com que ela está acontecendo, o que nos impacta de forma mais contundente.
Olhando para essa transição como se fosse uma onda, eu já tomei uns quatro ou cinco caldos e quase me afoguei. Estou falando dos cinquentões e sessentões como eu, que não aprenderam surfar e só sabemos mais ou menos nadar um estilo, que é nado de peito. A geração Y aprendeu surfar, mas as pranchas se tornaram menores e mais velozes e tiveram que se adaptar, mas não foi tão difícil. Os milênios e os que nasceram após 2010, já se equilibram em pranchas virtuais, são velozes e parece que nasceram com essa habilidade de aceitação e de embarcamento nos diferentes tipos de tecnologia.
Da mesma maneira eles veem o mundo de forma diversa do que vemos e como exemplo podemos citar a maneira de consumir e o sentido disso para eles. Preferem muito mais experimentar e obter sensações, através de viagens, aluguéis de diferentes tipos de recursos, diferentes tipos de jogos virtuais, enfim de viver diferente ou “ser” mais e “ter” menos coisas.
Isso inclui também questionamentos quanto à forma dos casamentos tradicionais e das relações entre as pessoas. Posso citar um exemplo do que foi dito pela Jornalista Thais Herédia, que estava conversando com o seu filho de 12 anos e ele disse que não entendia os adultos, sobre essa forma de casamento com uma pessoa só e por muitos anos. Acrescentou que ele achava que as pessoas poderiam gostar de alguém, homem ou mulher, ficar juntos por um tempo e depois trocar de parceiro e continuar a vida…
Não é incrível ou mais que isso?
Então vejamos, não é só uma determinada área que se desenvolve através da tecnologia, da arte, da inovação, de novas invenções, como livros digitais, carros elétricos, carros autônomos, redes sociais, viagens espaciais, cirurgias menos invasivas, novos métodos de aprendizagem, implantes, próteses, exoesqueletos, mas também o comportamento social muda. As relações entre as pessoas foram muito afetadas, modificadas e estão em grande transformação, gostem ou não.
Atualmente temos roupas para pessoas, independente do gênero masculino e feminino (no gender), poli amor (relacionamento com três ou mais pessoas), trisal (relacionamento com três pessoas), casamento entre pessoas do mesmo sexo, wearablel (tecnologia vestível), tatuagens com tecnologia, que emitem informações e sons, contratação de pessoas LGBTQs, com síndrome de Down, de diferentes raças e credos religiosos.
Podemos dizer que as experiências individuais e grupais influenciam sobremaneira a sociedade em sua transformação, nas relações entre as pessoas e entre os diferentes países, no que se refere de uma maneira geral ao desenvolvimento, inovação e educação. Esse novo padrão de valores sociais, que é temporário, volta para o indivíduo ou grupos e se formam essas teias sucessivas de influências. Já que estamos globalizados e conectados em redes, as influências poderão acontecer de forma mais rápida, tornando as consequências também mais imediatas.
As organizações existem nas diferentes sociedades, são compostas de pessoas e tem um grande poder na mudança das relações sociais.
Está ficando chato tratar a questão da aceitação das diferenças, apenas como ondas de modernidade, sem uma posição mais firme e pública das empresas, nessas questões de inclusão e sociabilidade.
Não dá para aceitar outra maneira de convívio!