Coaching
21 de agosto, 2018
MINHA VIDA DE INSETO
Outro dia, estava assistindo um vídeo, com o depoimento de um jovem coreano, de 22 anos, Choi Sung-Bong, que participava de um Programa de Concurso de Talentos.
Ele não tem família. Foi entregue em um orfanato aos 3 anos e, aos 5 anos, fugiu após ter sido agredido. Passou a viver sozinho, como vendedor ambulante. Dormia embaixo de escadas e em banheiros públicos. Ele disse que queria ser apenas normal como as outras pessoas. Nada além disso. Disse que vivia como um day fly (Inseto que vive apenas um dia).
Imaginem a profundidade disso – Viver e morrer a cada dia, sem perspectiva alguma.
Sua jornada de vendedor ambulante fazia com que andasse muito pelas ruas e, uma vez, passando em frente à uma boate, olhou pela porta e viu um cantor se apresentando no palco. Aquela cena foi para ele tão linda, que o encantou.
A partir daquele momento, que havia gostado tanto, disse que que queria cantar.
Queria cantar porque foi a primeira coisa que havia gostado na vida.
Passado um tempo, após ter conseguido ter algumas aulas de canto, decidiu se apresentar em um concurso de talentos.
A escolha da música, Nella Fantasia ( Ennio Moricone e Chiara Ferrau ), disse tudo.
Primeiro, fiquei chocado com a história dele. Depois fui me recuperando, até chegar ao êxtase, quando ele cantou.
Que voz!
Nos últimos tempos, em meus processos de Coaching, deparei-me com quatro casos de superação, que me fizeram declarar o meu maior respeito àquelas pessoas, por terem superado suas pesadas dificuldades pessoais e por serem hoje pessoas fantásticas.
Hoje estão muito bem e as homenageio.
Ah, quantos no mundo, conhecidos ou não, superam suas dificuldades. Esses sim são verdadeiros heróis, não as amorfas celebridades.
Que maravilhoso, ter passado por tanta privação e dar a volta por cima.
Sim, gostamos de histórias de superação, porque nos identificamos, com um de nós, humanos, contando a própria vida.
Como disse Victor Frankl – “… A única coisa que sobrou é a última liberdade humana. A capacidade de escolher a atitude pessoal que se assume diante de determinado conjunto de circunstâncias.”
Isso só acontece quando, de alguma forma, algo maior nos chama a atenção e nos provoca para a ação.
É darmos um sentido para a vida, naquele momento.
Um porque viver.