Desenvolvimento Humano
08 de novembro, 2020
HUMANO X ROBÔ
Laerte, não, não é isso.
Penso totalmente diferente de você. O cenário que eu vejo é de nós humanos, convivendo com os robôs, em harmonia. É como ouvir Chopin degustando um bom vinho.
Andréia, não exagera. Deixe-me expressar melhor. Eu vejo um mundo muito mais complicado do que você está sonhando.
Não mesmo querido, por favor, dê asas à sua imaginação, porque já estamos convivendo com muitas transformações, tais como as Fintechs, carros elétricos e autônomos, indústria 4.0 com seus processos digitais, inteligência artificial e tudo o que já foi acelerado nessa pandemia, como o home office e todos os contatos virtuais, incluindo aí a educação, com aulas on line ou gravadas.
Já que eu citei o vinho, que tal a gente beber um especial?
Sim, podemos beber um espumante nacional, eles estão na crista da onda. Você tem aí?
Como eu já te conheço um bocado, deixei umas garrafas na geladeira. Vou pegar.
Tim Tim… Dessa forma, assim mais relaxado, poderemos conversar melhor, porque eu quero entender direitinho essas suas novidades.
Bom, agora, após sorver alguns goles desse delicioso vinho, estou pronto para te ouvir.
Vamos lá Laerte, você é um industrial muito conhecido e reconhecido pela sua carreira brilhante. Eu não consigo entender por que, quando se fala em inovação e futuro, você fica inseguro. Eu como especialista da área, conheço muito tecnologia, tendências e inovação. Veja o que está acontecendo no varejo e, só para citar um, o Magazine Luiza. Viu que grande transformação? Temos também as lojas físicas sem nenhum atendente, outras com solicitação antecipada do que se vai consumir no local. Nas indústrias, já temos linhas de produção totalmente robotizadas, nos hospitais já temos médicos robôs e nos escritórios de advocacia também já temos advogado robô.
Andréia, você sabe que eu te considero muito. Nessa minha idade de 60 anos, fica um pouco difícil aceitar, não só as inovações, como a velocidade de tudo está acontecendo. Eu tenho medo. Penso que em um prazo muito curto iremos ter uma quantidade enorme de robôs e teremos que nos relacionar com eles, mais do que com pessoas.
Isso mesmo. Olha que legal, todas as atividades realizadas por robôs, têm maior produtividade, rapidez e qualidade, do que realizadas pelo homem. É assim que irá ser. No meu entendimento não há o que temer. Tenho lido artigos de uns figurões, que saem pela tangente, dizendo que os postos de trabalho serão preservados e por aí vai. Tenho consciência e convicção de que os postos de trabalho deixarão de existir, para qualquer atividade mecanizada e rotineira. E mais, todas as profissões serão atingidas pela inteligência artificial, em maior ou menor grau. Algumas já estão sendo atingidas agora, como já citei.
Aí é que está Andréia, haverá muita gente na rua, sem emprego. Como iremos resolver tudo isso?
Calma, eu vejo que temos uma grande oportunidade aí também. Pensando de forma lógica, o que iremos ter pela frente é um mundo robotizado e automatizado, onde ser humano será o diferencial. Veja que maravilha.
Entendo, isso me parece fantástico, mas como será que isso irá acontecer?
Outras profissões irão existir, como engenheiros especialistas, mecânicos, programadores e analistas de atividades de robôs. Teremos também especialistas em software e engenheiros para robôs, especialistas em machine learning, inteligência artificial e muito mais. Isso só para citar algumas novas profissões, que podemos imaginar. Teremos também as profissões que existirão no futuro, que ainda não sabemos quais serão, que surgirão em decorrência de todas essas inovações, que estão despontando em nossos dias.
É, mas o volume de desempregados continuará grande. Eu já li sobre uma saída para esse problema, que seria a implantação de uma renda mínima, que pudesse dar sustentação a esse contingente de pessoas. No entanto, acho difícil de se implantar.
Você acha que não irão encontrar uma saída? Pode demorar, mas haverá um caminho para resolver esse grande problema social.
Agora, pensando no humano e no que ele poderá fazer, hoje já temos um grande desenvolvimento em todas as áreas, com o uso da criatividade, do raciocínio lógico, da análise crítica, entre tantas coisas, que continuarão sendo realizadas pelo homem.
Na área de serviços, naquilo que é voltado para o humano, tais como os massagistas, esteticistas, cabeleireiros, manicure e pedicuro, professores, tutores, cuidadores de idosos e de crianças, reabilitadores especializados em casos pós-traumáticos entre outros. É bom te dizer, que mesmo esses profissionais, irão utilizar o que há de mais avançado em termos de equipamentos e processos tecnológicos.
Há mais um dado que preciso de contar. Hoje está em voga uma competência comportamental, que é a solução de problemas complexos. Veja, isso irá ser potencializado pelos humanos e não por robôs. Importante pontuar que estou me referindo ao presente. Agora vem um segredinho. No futuro, com essa velocidade das inovações tecnológicas, da medicina, da ciência, da astronomia, entre outros, teremos um mundo totalmente diferente do que já temos.
Andréia, já estou convencido. Eu preciso acompanhar, caso contrário serei carta fora do baralho, não é?
Sim, sinto muito, mas você já está atrasado. Irei te ajudar. Não se desespere. O que temos hoje são muitos nativos digitais, que já nasceram com os computadores, celulares, bots e automações. Para esses não há dificuldade alguma de entendimento e assimilação do novo. De outro lado temos os migrantes digitais, como você, que tem de aprender a lidar com tudo isso, para se manter vivo e integrado ao novo mundo. E, por fim, temos também os analfabetos digitais, que ficarão à mercê daqueles que se desenvolveram.
Outra coisa, procure um jovem, lá na sua empresa, que seja muito bom de tecnologia, que tenha muita familiaridade com celulares, computadores, tablets, entre outros. Ele irá te ajudar muito a navegar pelo que hoje temos de melhor. Isso se chama mentoria reversa. Olha, eu também posso indicar uma empresa de Consultoria em Inovação, que poderá te ajudar muito. Liga para eles.
Ufa, não é pouca coisa mesmo. Já entendi e irei fazer a minha parte. A minha decisão é achar o meu mentor jovem, para aprender a lidar com essa tecnologia e contatar essa consultoria. Fechando com eles, farei uma reunião com toda a estrutura de direção e gerenciamento da empresa, para comunicar o início do trabalho de inovação.
Como você disse Andréia, as pessoas é que fazem a diferença. Estou muito animado.
Não vou falar como o Armstrong, quando chegou na lua, mas implantando essa mudança, será um grande passo para a nossa empresa em direção ao futuro. Eu te agradeço muito pela ajuda.