Desenvolvimento Humano

11 de setembro, 2018

VIDA VIAGEM VIDA

“ Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. … Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. ” – Trecho do livro, Mar sem Fim, de Amyr Klink.

Quanta reflexão, beleza e encantamento nos traz a leitura desse livro. É a vida pulsando em cada momento.
Quando viajo, não vou só a lugares turísticos, vou além, para entender os costumes e a cultura daquele povo. Ando de ônibus, trem e de qualquer meio popular de locomoção, para experimentar a vida deles. Visito museus, dos mais diferentes e galerias de arte. Caminho pelo centro das cidades e me delicio com os aromas, comidinhas típicas de rua, bons restaurantes e visito o mercado local.

Dessa forma e tão somente assim, consigo o prazer da viagem e da aprendizagem.

Em meu livro de geografia, nos tempos de Ginásio, hoje Fundamental II, não haviam fotos, somente desenhos dos pontos turísticos mais importantes de cada país.

Em janeiro de 1976, esse carinha aqui, do sul de Minas Gerais, estava embaixo da Torre Eiffel, chorando. Sim, pela conquista, pela beleza e por tudo que aquilo representava para mim. Fui também ao Arco do Triunfo, Sacre-Coeur, Montmartre e ao Louvre.

Naquela época eu estava residindo com uma família inglesa, em Oxford. Conheci Londres e Cambridge, na Inglaterra e Edimburgo e Stirling, na Escócia. Viajava aos finais de semana. O restante do tempo era dedicado ao estudo e aperfeiçoamento da língua inglesa.

Eu estava em êxtase. Quanta beleza. Em cada contato que eu tinha com aquelas realidades históricas, comidas típicas das regiões, com as pessoas de cada lugar e suas culturas, eu me deliciava lambuzando-me no mel das experiências.

Foi minha primeira saída do Brasil e acho que foi em grande estilo. Isso não era comum, naqueles tempos, para pessoas como eu, sem recursos e oriundas do interior.

Quando você é “mordido” pela viagem, você não para mais. Experiências maravilhosas te conquistam para sempre, sejam elas boas, instigantes e até ruins, porque te preparam para as próximas.

O que dizer daqueles que viajam para fugir de tudo e até de si mesmos?

Sinto que é grande a possibilidade de se reencontrarem. Quando você é tocado pelas diferenças culturais de cada país, há um choque de realidade, que te posiciona no seu eixo, além da comparação inexorável, com seu estilo e momento de vida.

Viajar é viver, seja em viagens curtas ou longas, o prazer é sempre imenso.

Tantos outros as fazem para mostrar que foram. Mesmo assim retornam modificados, de alguma forma, reclamando das experiências vividas.

Na volta das viagens você não é o mesmo que partiu.

É você, com as experiências de cada uma delas, mais educado, mais culto e mais humilde pela grandiosidade do mundo.

por Fausto Ferreira